Tenho palavras presas dentro de mim, apunhalando-me e torturando as minhas ideias.
Quero organizá-las ou libertá-las, mas elas, como se tendo vida própria, andam à solta dentro de mim e não consigo fazer com que elas saiam de maneira ordeira e compreensível.
Palavras que te queria dizer, para que soubesses o que aqui se passa por tua causa. Pela simples causa de te teres cruzado no meu caminho e teres trazido tanta luz contigo. Queria ter palavras concretas para que entendesses que não é meu intuito prender-te, e grande é a pena se te perder.
Quero conhecer-te melhor e quero que me conheças.
Até agora tenho-me comportado como tu.
Seca, austera, coloquial.
Quero que saibas que não sou assim.
Sou espontânea, livre, leve, mas assertiva, doce umas vezes, outras mais bruta.
Não quero que gostes de mim como eu gosto de ti.
Mas se são verdade as palavras que de outros chegaram,
Tu também gostaste de mim.
Choro por tristeza e punição,
Tentando perdoar a mim mesma de não ter acreditado nos sinais que me davas.
Mas o Medo de ser rejeitada e assim te perder, foi maior.
Foi e é esse medo, que não me deixa dar-te sinais que também eu gostei de ti.
Desde o primeiro momento em que te vi, entrando naquele pátio, com a tua pose magestosa e andar leve, a minha atenção fechou-se em ti. Apesar das tentativas de me distrair, tu estavas ali e eu já queria conhecer-te.
E agora faltam-me as palavras, para te explicar a tamanha linsoja que me ofereceste com a tua presença, o teu sorriso doce, o teu olhar profundo, o teu abraço delicadamente forte, a tua mão quente e, claro, com a tua voz única, que me penetrou até ao âmago e ali ficou até hoje.
Faltam-me as palavras para encurtar esta distância que o Destino nos pregou. O acaso não existe. E como não foi por acaso que nos cruzámos, também não será por acaso que tenha havido tamanho desencontro.
Não posso mudar o passado, mas posso trabalhar no presente para que o futuro se concretize mais perto dos meus desejos.
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